01 de Janeiro de 2011
Passei a madrugada chorando, nervosa, pensando besteiras e querendo colocar estas besteiras em prática.
Eu queria ser uma má pessoa, pq ai sim toda essa merda que está acontecendo comigo teria uma razão justa para acontecer.
Eu desejei a infelicidade e o pior que alguém pudesse fazer de mal ao coração dele.
O ódio era tão grande que eu não sabia ao certo o que pensar, nem o que fazer.
Depois de muitas horas depois, acabei indo dormir.
Orei, mas com muito pesar e meio que desacreditada de que aquela oração fosse algum dia ser ouvida (porém me redimi no dia seguinte).
Passei o dia na cama, nem sequer tirei o vestido que usei na virada.
Desci na sala ao menos para almoçar, depois voltei a ficar trancada em meu quarto.
Saí novamente, mas apenas para comprar meu cigarro.
Assim que cheguei, resolvi pintar a porta de meu guarda-roupa, sumir com tudo que me causou muito transtorno no começo do relacionamento.
Comecei a pintar, peguei algumas cervejas, fui tomando e pintando. Acabei manchando meu vestido.
Tirei para minha mãe dar um jeito e coloquei outro.
Recebi um sms dele dizendo que já estava vindo.
Continuei a fazer o que estava fazendo e enfim ele chegou.
Não tive como recebê-lo de uma maneira calorosa.
Com lágrimas nos olhos, continuei desenhando no meu gurada-roupa e comecei a dizer tudo o que havia acontecido, toda a decepção e tudo o que por um momento desejei a ele.
Novamente milhares de coisas vieram a tona, não sei se ele realmente não sente mais nada, ou se consegue se controlar muito a ponto de não esboçar muitas emoções em seu rosto.
Eu só sei que em muitos momentos chorei feito criança, tanto a ponto de soluçar e perder o ar.
Bom, nós mesmo não nos resolvemos em nada.
O que sei é que ele quis me ver, ele quis estar comigo, ele se controla para não ter um contato mais íntimo.
Por um momento puxei ele na minha cama e o abracei.
Por fim, resolvi pegar algumas coisas para jogar fora e para que a gente descesse e comessemos algo.
Neste momento ele pegou minha mão, me puxou e me beijou. Foram muitos beijos, abraços, apertos. Foi tão bom, tão marcante, tão emocionante.
Mas ai paramos, fomos comer, conversamos um pouco e ele resolveu ir embora.
O acompanhei até o carro, disse o que queria e obtive a resposta que não queria.
Ele não queria me ver sempre e nada do que eu fizesse seria crucial para a tomada de decisão dele.
Ele disse que tinha que decidir o que ele queria.
Agora tenho que me conformar com um talvez que pode vir a acontecer a daqui muito muito tempo.
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